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NOTÍCIA

PF registra ameaças de morte e atentados em área indígena de MT

Data: Segunda-feira, 29/04/2013 00:00
Fonte: Só Notícias/Gazeta Digital

Três meses após a desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé (TI) o clima de tensão ainda continua na região de Alto Boa Vista. Ameaças de morte e atentados foram registrados pela Polícia Federal depois que produtores rurais e fazendeiros foram retirados da área por determinação judicial. As denúncias de ameaça seriam motivadas inclusive por conflitos entre os índios xavantes, que durante o processo de desintrusão divergiram sobre o direito de posse da área.


Entre novembro e dezembro, época da desintrusão, o cacique da Aldeia Marãiwatsédé, Damião Paridzané, sofreu atentados, que continuaram em janeiro e fevereiro. O último ocorreu há 20 dias em Bom Jesus do Araguaia. Damião apontou ter sido abordado na rua por um ex-morador da TI, que disse precisar fazer um acerto com ele em outro lugar. O cacique negou discutir com o homem, que afirmava que iria entrar na área para retirar uma cerca e outros materiais que haviam ficado para trás depois da desocupação.


Comentários em tons ameaçadores surgem com frequência, conta por telefone o cacique de Brasília. Antes do início da desintrusão o filho de Damião também teve a vida em risco. Ele foi jogado para fora da estrada quando saía de Barra do Garças e seguia em direção à aldeia na condução de um veículo.


A tensão permanece na região por causa da terra, bens de não-índios e conflitos políticos entre os indígenas xavantes. O cacique e pajé da aldeia Santa Clara da Reserva Parabubure José Luiz Gonzaga Tserité afirma que também está sendo ameaçado. Ele é primo do cacique da Marãiwatsédé e vive em Campinápolis (658 km a leste da Capital) dentro de uma área de 180 hectares com outras aldeias. Após a desintrusão ele diz ter sofrido tentativa de sequestro e conta que, recentemente, pessoas foram lhe procurar no centro da cidade.