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NOTÍCIA

Dilma faz balanço e comemora construção de metrôs, vinda de médicos e pede valorização do professor

Presidente enfatiza importância do ensino técnico e destaca a estabilidade fiscal do Brasil

Data: Quarta-feira, 16/04/2014 00:00
Fonte: R7

A presidente Dilma Rousseff fez um balanço positivo nesta quarta-feira (16) das propostas para melhorar serviços ligados à saúde, educação, transporte e incentivar a responsabilidade fiscal e a reforma política. O discurso foi feito após a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que reúne a equipe econômica e os principais ministros.


Anunciados há quase dez meses, os cinco pactos do governo federal com políticos e com a sociedade foi uma resposta às manifestações de rua de junho de 2013.


Dilma exaltou os investimentos da ordem de R$ 143 bilhões em mobilidade urbana, com a construção ou ampliação de linhas de metrô simultaneamente em nove capitais brasileiras e o incentivo à construção de linhas para os BRTs — combinação de estações exclusivas e vias rápidas para a circulação de ônibus nas grandes cidades.

 

Na área da saúde, a presidente enfatizou a importância do programa Mais Médicos, que já trouxe ao Brasil cerca de 14 mil profissionais. Segundo as contas de Dilma, cerca de 49 milhões de pessoas foram atendidas por esses médicos.


Quanto à educação, Dilma voltou a destacar a importância da destinação de 75% dos royalties do petróleo do pré-sal para a área. A presidente reforçou e por mais de uma vez falou que a valorização do professor é fundamental para garantir educação de qualidade. Dilma falou ainda sobre o sucesso do Pronatec, programa do governo de educação profissional.


Quanto à estabilidade fiscal, Dilma comemorou os bons números que o Brasil coleciona, com a inflação dentro da meta, a redução da dívida líquida e a manutenção das reservas internacionais. Nesse contexto, a presidente aproveitou para enaltecer o legado que a Copa do Mundo trará ao Brasil e pediu a colaboração dos brasileiros para o País fazer a Copa das Copas.


Dilma, porém, pouco destacou o último dos cinco pactos: a reforma política. Após as manifestações do ano passado, a presidente chegou a propor um plebiscito que autorize uma Constituinte para fazer a reforma política. No entanto, o plano não decolou e apenas uma minirreforma política passou pelo Congresso Nacional.


Veja os principais trechos da entrevista de Dilma:

Transportes/mobilidade urbana

"Quando eu assumi a Presidência, resolvemos construir um programa de mobilidade urbana. Pela primeira vez, o governo federal entrava na mobilidade urbana. Fizemos uma discussão com Estados e municípios, os quais devemos respeitar porque eles entendem muito bem as políticas de transporte das suas regiões. [...] Para dar racionalidade ao processo, para a pessoa que vive na cidade, ela tem que saber que ela vai pegar um ônibus, uma barca ou um metrô, ela vai passar por todo o território urbano pagando apenas um bilhete. Isso significa tempo e dinheiro, muito dinheiro. Nas décadas de 1980 e 1990, o governo brasileiro dizia que metrô não era para nós. [...]


Então, o que fizemos, [...] o governo bota R$ 143 bilhões. Uma parte é orçamento geral da União, porque senão não fica de pé um projeto de metrô no Estado. E tem o financiamento, que não vai ser em 3, 8, 10 ou 15 anos. Para metrô, serão 30 anos, com 5 anos de carência e 5,5% ao ano. Para fazer BRT, nos cobramos 20 anos, 5 de carência e juros de 6%."


Saúde

"Eu me arrisco a dizer que uma parte do pacto, que é o Mais Médicos, estamos cumprindo até o fim do mês de abril. Nós conseguimos trazer os médicos demandados pelos municípios e avaliados pelo Ministério da Saúde. Sabemos que 80% das questões de saúde se resolvem no posto de saúde. [...] Então, primeiro, tentamos resolver os 80% dos casos, que é a atenção básica, o coração do sistema de saúde. São 14 mil médicos. Considerando que há uma cobertura de 3.500 pessoas por médico ao longo do ano, segundo a Organização Mundial da Saúde, temos a cobertura de 49 milhões de pessoas.


Uma coisa que acho estratégica: estamos ampliando as vagas de cursos de medicina. A meta, até 2017, é criar 11 mil novas vagas e de 11 mil a 12 mil novas áreas de residência médica para que tenhamos o volume de médicos necessários. Isso tem a ver com a criação de novas faculdades de medicina. Vamos chegar ao final desse ano, durante meu governo, com 6.000 novas vagas de medicina criadas."


Educação

"Os royalties foi um momento muito importante, não se faz educação de qualidade sem dinheiro. A gente cria uma exigência sobre os municípios, mas se não der suporte fica só no papel. [...] Temos de gastar em custeio, sabe aquele negócio de que não pode gastar com custeio? Tem que parar. Vamos ter que valorizar professor, não se faz educação de qualidade sem o professor. Tem que ter exigência de tempo de sala de aula, tem que ter o pacto pela educação. É entre o professor e o governo, que é quem tá pagando o governo. O primeiro pacto é professor qualificado e bem pago. De onde vai sair o dinheiro? Dos royalties. [...] O status social do professor no Brasil tem que se elevar. Para isso, ele tem que ser bem pago. [...]


O Pronatec é uma história de sucesso feita numa parceria do governo federal e sistema S e as escolas técnicas boas, como o colégio Dom Pedro 2. [...] Era proibido o governo federal fazer escola técnica. Em 2005 ou 2006, nós mandamos uma lei para o Congresso para permitir a construção de escolas técnicas. Depois, criamos os Institutos Federais de Educação. Com isso, demos um salto. Interiorizamos essas escolas. Pronatec é isso. Tivemos a meta de 8 milhões de matrículas e estamos com 6,3 milhões de matrículas. [...] É o acesso democrático ao ensino técnico profissional"


Comprometimento fiscal

"Estabilidade fiscal é muito importante para nós, assim como a questão também dos investimentos. Acho que o Brasil tem que se orgulhar de algumas coisas. Mantivemos rigorosamente a inflação dentro dos limites da meta. Conseguimos reduzir a dívida líquida para níveis que nunca imaginamos – em 2002, era 60%, e hoje é 33,7%. Nós temos reservas internacionais que nos permitem encarar com firmeza, seriedade e atenção as volatilidades internacionais. Não vamos esquecer que, nos últimos seis ou sete anos, pegamos a pior crise de todo o século 20 e início do século 21, que a maior anterior tinha sido a crise de 1929."