Rússia libera exportações de quase 100 frigoríficos brasileiros

Quase 100 plantas industriais brasileiras receberam aval da Rússia para exportar diferentes produtos de origem animal ao país da Eurásia. A medida, oficializada pelo serviço sanitário do país nesta quarta-feira (06), engloba 91 empresas espalhadas pelo Brasil (sete delas em Mato Grosso), confirmou ao G1 o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller. Algumas possuem o chamado Serviço de Inspeção Federal (SIF) habilitado para mais de um item.

O serviço sanitário russo não detalha as razões que motivaram a abertura ao mercado brasileiro. No entanto, a recente retaliação do país aos demais que lhe impuseram sanções econômicas pode ter favorecido o Brasil.

Na lista publicada pelo serviço oficial russo, 27 estabelecimentos poderão exportar carne bovina; outros 31 os subprodutos (miudezas); 27 para carne de frango; quatro para suínos e duas com permissão para derivados de leite. Ao G1 o ministro Neri Geller disse nesta quinta-feira (07) que a decisão russa deve ser comemorada, mas também tratada com cautela.

"O Brasil tem que consolidar este momento, mas não podemos contar tanta vitória porque sabemos que é um passo importante. Conseguimos mostrar para o mundo que nossa defesa [sanitária] está funcionando", disse Geller.

Apenas no último ano o país embarcou 303 mil toneladas de carne bovina para a Rússia, movimentando US$ 1,2 bilhão. Já para a carne suína foram remetidas 134 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 412 milhões. O governo brasileiro afirma que todos os requisitos exigidos pela Rússia para importação dos diferentes produtos serão atendidos.

Em Mato Grosso, principal produtor brasileiro de carne bovina, foram confirmadas para a carne bovina cinco indústrias, todas ligadas ao grupo JBS. A Vale Grande Indústria e Comércio recebeu permissão tanto para a carne quanto para miudezas de bovino. A lista contempla também a Agra Agroindustrial, com habilitação carne suína e suas miudezas.

Também nesta quinta-feira (07) o superintendente da Associação dos Criadores do estado (Acrimat), Luciano Vacari, disse que os embarques para a federação russa ampliam "o leque de compradores da carne bovina mato-grossense". "Além disso, deverá fortalecer a criação de bovinos no estado”, afirmou o dirigente.

Segundo ele, os produtores têm condição para abastecer essas unidades. A expectativa ainda é que a mudança no mercado sustente o valor da arroba, promovendo boa rentabilidade para os pecuaristas, manifestou a entidade, por meio de comunicado.

Com as liberações, Mato Grosso conta com dez frigoríficos habilitados a exportar carne bovina in natura e miúdos para a Rússia, distribuídos entre os municípios de Rondonópolis, Várzea Grande, Mirassol D'Oeste, Pedra Preta, Araputanga, São José dos Quatro Marcos, Colíder, Barra do Garças, Tangará da Serra e Sinop, confrome a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

A unidade de Sinop é a única apta para exportar miudezas de carne.