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NOTÍCIA

PM do RJ expulsa policiais suspeitos de violência sexual em área de UPP

Quatro policiais teriam cometido crimes contra moradoras do Jacarezinho. Em nota, corporação disse que conduta é "inadmissível".

Data: Domingo, 31/08/2014 00:00
Fonte: Do G1
O Comando da Polícia Militar informou neste domingo (31) que excluiu os quatro policiais militares suspeitos de terem praticado crime de violência sexual contra duas mulheres e uma adolescente na comunidade do Jacarezinho na madrugada do dia 5 de agosto.

 
Os soldados Gabriel Machado Mantuano, Renato Ferreira Leite, Anderson Farias da Silva e Wellington de Cássio Costa Fonseca, são lotados na 2ª Unidade de Polícia Pacificadora do Méier. "A conduta grave desses policiais militares, em desacordo com os ensinamentos recebidos durante a formação, atentou contra o sentimento de dever e decoro da classe.  A ocorrência deste crime, por agentes garantidores da lei, é inadmissível", diz a nota da corporação.

 
Três dos agentes que tiveram a expulsão anunciada neste domingo foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pelo estupro de três moradoras do Jacarezinho.

 
Gabriel Machado Mantuano, Anderson Farias da Silva e Renato Ferreira Leite foram presos em flagrante suspeitos do crime no dia seguinte. O promotor Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, da 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria da Justiça Militar, encaminhou a denúncia ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) na sexta-feira (15). No documento, o promotor defende que, por demonstrarem comportamento violento e personalidade distorcida, os PMs representam evidente risco à ordem pública.

 
O caso foi registrado na 25ª DP (Engenho Novo). As vítimas afirmaram em depoimento que o PM Anderson Farias da Silva, de 33 anos, foi descrito como o mais violento e agressivo dos policiais. No momento do abuso sexual, ele teria dito a elas "vocês hoje vão ver o capeta", segundo informações da GloboNews.

 
Além de Anderson, os policiais Gabriel Machado Mantuano, de 21 anos, Renato Ferreira Leite, 32 e Wellington de Cássio Costa Fonseca, de 30 foram presos em flagrante. O depoimento deste último teria sido decisivo para conclusão do caso. Ele contou que o grupo de policiais estava fazendo patrulhamento na região, quando encontrou um grupo de usuários de crack. Houve uma perseguição e eles chegaram a um beco perto do viaduto que fica nas proximidades da Avenida Dom Helder Câmara, na Zona Norte do Rio.

 
Wellington disse que ouviu quando os policiais pediram para que todas as pessoas que estavam nas casas desse beco saíssem para revista, inclusive as três mulheres que foram violentadas. Posteriormente, elas foram obrigadas a entrar na casa, onde ficaram nuas e sofreram abuso. De acordo com o depoimento do policial, Gabriel Machado e Anderson Farias praticaram os abusos, enquanto Renato Leite iluminou o ambiente com a luz do celular.

 
Expulsão sumária
Dias depois do crime, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou, por meio de nota, que tem acompanhado de perto o desenrolar das investigações que apuram o estupro ocorrido no Jacarezinho. Os policiais militares, apontados pela polícia como autores do crime, já estão presos e o secretário vai solicitar expulsão sumária dos autores.

 
Na nota, o secretário pede desculpas às vítimas e aos familiares e afirma que as circunstâncias das denúncias contra agentes só "agravam o que já é muito grave". "Infelizmente, a polícia não está imune de admitir em seus quadros pessoas que vão trair a missão de servir e proteger", disse o secretário.