ARIPUANÃ, Quinta-feira, 28/03/2024 -

NOTÍCIA

Presidente da Funai pede exoneração do cargo

Maria Augusta Assirati estava a frente há 15 meses, desde a saída da antropóloga Marta Azevedo

Data: Sexta-feira, 26/09/2014 00:00
Fonte: Da Agência Brasil

Há 15 meses como presidente interina da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta Assirati deixará o cargo nos próximos dias.


Segundo a assessoria do órgão indigenista, Maria Augusta pediu exoneração pois pretende se mudar para Portugal, onde fará um curso de doutorado. A viagem está marcada para a próxima semana.


Graduada em direito e mestre em desenvolvimento e políticas públicas, Maria Augusta ocupava a diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai quando, em junho de 2013, foi escolhida substituta provisória da então presidente da fundação, a antropóloga Marta Azevedo, que deixou o cargo alegando motivos de saúde.


O período em que Maria Augusta passou à frente da Funai foi marcado pelo acirramento da disputa entre os que defendem o fortalecimento dos direitos indígenas e setores que querem flexibilizar a legislação de proteção.


Durante audiência pública no Congresso Nacional, Maria Augusta classificou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 215, que transfere para o Congresso Nacional a competência da União para demarcar terras indígenas, como uma medida “descabida” e que representa um “retrocesso do ponto de vista da demarcação de terras”.


Além disso, por orientação do próprio governo federal, a Funai paralisou os processos demarcatórios em lugares com conflito entre índios e produtores rurais.


No último relatório, divulgado em julho passado, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) disse que, ao menos, 30 processos demarcatórios estão sem conclusão pela Funai, apesar de não haver pendência administrativa ou judicial que impeça a homologação.


Além disso, pelo menos 53 índios foram assassinados no ano passado em conflitos, diretos ou indiretos, por disputa de terra.


A reportagem procurou o Ministério da Justiça para saber se o futuro presidente da fundação já foi escolhido, mas o ministério não se pronunciou sobre o assunto.