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NOTÍCIA

Banco do Brasil teria cometido irregularidades no empréstimo de R$ 2,8 milhões a amiga de chefe da instituição

Data: Quinta-feira, 23/10/2014 00:00
Fonte: Por Thiago Burigato/ Jornal Opção

O valor teria a finalidade de possibilitar a compra de caminhões, que seriam sublocados para a Veloz Empreendimentos, de propriedade do irmão da beneficiada, a apresentadora de televisão Val Marchiori


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A apresentadora Val Marchiori é amiga de Aldemir Bendine e contratante do empréstimo


Segundo matéria publicada pelo jornal “Folha de S. Paulo” nesta terça-feira (21/10), o Banco do Brasil, por meio de uma linha subsidiada pelo BNDES, concedeu empréstimo irregular de R$ 2,792 milhões à apresentadora de TV Val Marchiori. O valor teria a finalidade de possibilitar a compra de caminhões, que seriam sublocados para a Veloz Empreendimentos, de propriedade do irmão da apresentadora, Adelino Marchiori.


O empréstimo tomado por ela foi em nome da Torke Empreendimentos, empresa que esteve relacionada à carreira de Val na televisão. De acordo com a reportagem, a apresentadora tinha uma restrição de crédito por não ter pago um empréstimo anterior ao BB, e também não apresentava capacidade financeira para obter o financiamento. Apesar disso, apresentando como comprovação de receita a pensão alimentícia de seus dois filhos menores de idade, ela obteve o financiamento com juros menores que 4% ao ano, mais baixos que a inflação.


A transação foi feita por meio de uma “operação customizada” para a apresentadora devido aos impedimentos que ela tinha. Val é amiga do presidente do BB, Aldemir Bendine, e participou com ele de duas missões oficiais do banco.

 

O próprio destino dos recursos também está permeado em irregularidades, já que uma cláusula da linha Finame/BNDES, de onde saíram os recursos, impede que os direitos e obrigações do crédito sejam transferidos sem a autorização do BNDES. O banco tem por regra financiar apenas a atividade-fim do tomador de crédito.


Ainda de acordo com a “Folha de S. Paulo”, assim como a própria Val, os fiadores da operação, o rimão e a chunada de Val, donos da Veloz, também não apresentavam recursos para garantir a operação. Com isso, o BB teria dispensado a comprovação de capacidade de pagamento da tomadora do crédito e dos fiadores.


Por meio de nota, o Banco do Brasil negou que tenha havido qualquer irregularidade ou violação às normas de concessão do empréstimo. A instituição alegou que a pendência financeira de Val é de baixo valor (R$ 963,90) e está vinculada à empresa da qual era sócia dirigente em 2008. A dívida seria proveniente de um cartão de crédito empresarial utilizado por outro executivo da empresa.


“Situações desse tipo não são impeditivas e sua resolução, para fins de aprovação do crédito, é comum e devidamente enquadrada nos normativos”, diz o comunicado do banco. “A ‘customização’ é procedimento comum em inúmeras operações, e seus critérios são previstos nas normas internas.”


De acordo com o banco, a análise e o deferimento do empréstimo transitaram por três comitês que envolveram no mínimo 17 técnicos de carreira. “Como se trata de operação com repasse de recursos da Finame/BNDES (Financiamento de Máquinas e Equipamentos/Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), na modalidade convencional, a aprovação final ainda envolveu instâncias daquele banco.”


Val também se posicionou sobre o assunto por meio de sua coluna na “Veja”. Ela disse que o financiamento “seguiu todas as regras e normas exigidas pelos bancos envolvidos, não tendo recebido qualquer favorecimento.” A apresentadora garantiu ainda que a Torke Empreendimentos” possui vasta experiência do mercado de transporte desde 1998 e, consequentemente, vários contratos em operação, com grandes empresas brasileiras, razão pela qual, além das receitas, demonstrou lastro financeiro para a concessão do financiamento”.

 

Confira a nota na íntegra:

Como tenho o maior carinho pelos meus leitores, é através do blog que prefiro contar qualquer novidade ou nota referente a mim e minha empresa. Segue um comunicado sobre a matéria publicada hoje (21) no Jornal Folha de São Paulo, onde sou citada.


Obrigada pelo carinho e preocupação de todos vocês.


“Com relação à matéria “Banco do Brasil empresta R$ 2,7 milhões a Val Marchiori sem comprovação de renda”, publicada no jornal A Folha de S. Paulo, no dia 21 de outubro de 2014, a empresa Torke Empreendimentos esclarece que o empréstimo solicitado ao Banco do Brasil, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, disponível para todos os empresários brasileiros, seguiu todas as regras e normas exigidas pelos bancos envolvidos, não tendo recebido qualquer favorecimento.


O Grupo, ao qual pertence a Torke Empreendimentos, possui vasta experiência do mercado de transporte desde 1998 e, consequentemente, vários contratos em operação, com grandes empresas brasileiras, razão pela qual, além das receitas, demonstrou lastro financeiro para a concessão do financiamento.


Repudia-se a tentativa de envolver indevidamente a empresa Torke Empreendimentos em manchetes jornalísticas, até porque cumpre, com rigor, todas as suas obrigações contratuais e legais.