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NOTÍCIA

Força-tarefa realiza devassa para apurar 'vícios' em licitações no Estado

Data: Quinta-feira, 18/12/2014 00:00
Fonte: Patrícia Neves/ Olhar Direto

A Polícia Civil irá realizar uma devassa em pregões do Estado para contratação de serviços gráficos e mídias em geral. Há suspeitas de os processos licitatórios estivessem  ‘viciados’ para, sempre, beneficiar a determinada empresa em contratação com o Estado. Novos inquéritos podem ser instaurados a partir da operação ‘Edição Extra’, deflagrada na manhã de hoje, 18.



Inicialmente a Polícia Civil apura o superfaturamento no pregão 093/2011 da Secretaria de Administração e estima que mais de R$ 40 milhões seja o valor do prejuízo causado com a ação de um esquema, que supostamente, teria a participação dos secretários adjuntos Elpídio Júnior (Secretaria de Comunicação) e do coronel  da PM da reserva remunerada, José Nunes Cordeiro. A investigação da Delegacia Fazendária conta com uma força-tarefa e emprega cinco delegados na apuração e tem como alvo principal a empresa Gráfica Print.  Lavagem de dinheiro e até mesmo o financiamento de campanhas são alvos de apuração.

 
A Polícia Civil confirmou que onze empresas do ramo gráfico serão investigadas pois, há suspeitas de que tivessem conivência para a efetivação do esquema. Os irmãos Fábio, Dalmir e Jorge Defanti, são apontados como grande beneficiados do esquema. Além deles, a Polícia procura ainda o também Alexandro Francisco Nogueira. Todos tiveram mandado de prisão temporária (cinco dias) expedidos pela juíza da Vara de Combate ao Crime Organizado, Selma Rosane.



“A partir desse pregão, percebe-se que as mesmas empresas também se beneficiaram em outras contratações e serão alvos. Ainda não temos ideia de quantos eles sejam. As buscas visam trazer essa informação. A partir daqui vamos  buscar elementos que nos subsidiem. O que pode resultar em outros inquéritos para apurar as contratações com as empresas. Inicialmente partimos de uma contratação, essa é a fraude que ensejou e talvez resulte na instauração de outros inquéritos”, explicou o delegado Carlos Cunha, titular da Delegacia Fazendária.  Todos os proprietários dessas empresas serão intimados a prestar esclarecimentos no inquérito policial, assim como o secretário de Administração César Ziílio, que estava a frente da pasta da Administração na época do processo licitatório.



O delegado coordenou na manhã de hoje o cumprimento do mandado de busca a sede da Gráfica Print, instalada no bairro Areão. O trabalho teve início por volta das 7h e a expectativa era de que somente fosse encerrado por volta das 15h. “A quantidade de  material em análise é muito grande e  como existe máquinas retiradas daqui nós realizamos um procedimento para copiar as informações” explicou. O parque gráfico da Print foi inaugurado em 2011, com investimentos no valor de  R$ 5 milhões, por meio do Fundo de Investimento do Centro-Oeste (FCO). 



Quanto à participação de outros empresários, Carlos Cunha afirmou “obviamente essas empresas que não se sagraram vencedoras também foram recompensadas de alguma forma. Tudo que existe, passa por um trâmite de dinheiro, de valores, que visamos elucidar com quebra de sigilos bancários e fiscais. Na verdade, o que está provado é que os valores estavam superfaturados em mais de R$ 40 milhões e se era entregue na quantidade e na qualidade nós iremos apurar. Nesse momento eu não seu sei  para que usaram esse dinheiro.



É possível que tenham usado para comprar casas em Manso, por exemplo. Seria leviano acusar nesse momento, mas nós precisamos saber como foi feito o branqueamento desse capital, mas normalmente se passa por factoring e outros”, finalizou.



Nesse momento eu não seu sei  para que usaram esse dinheiro. É possível que tenham usado para comprar casas em Manso, por exemplo. Seria leviano acusar nesse momento, mas nós precisamos saber como foi feito o branqueamento desse capital, mas normalmente se passa por factoring e outros”.