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NOTÍCIA

Enchentes raras em Atacama já mataram pelo menos seis no Chile

Data: Sexta-feira, 27/03/2015 00:00
Fonte: RFI

Moradores observam rua inundada em Copiapo.

Moradores observam rua inundada em Copiapo.
REUTERS/Stringer

 

Uma forte tempestade na região norte do Chile deixou pelo menos seis mortos e 19 desaparecidos, segundo um boletim atualizado divulgado pelas autoridades na noite desta quinta-feira (26). Atacama, região do deserto de mesmo nome, é considerado o local mais árido do mundo.

 

"O número total de desabrigados é de 680 em Antofagasta e 800 em Atacama", disse o subsecretário do Interior, Mahmud Aleuy. O balanço inicial era de sete, mas o número foi revisto para baixo pelo governo.


A região do Atacama, a 800 quilômetros ao norte de Santiago, e a cidade de Antofagasta passaram a noite em toque de recolher. Devido às chuvas, as Forças Armadas assumiram o controle dos dois lugares, que permanecem sob estado de exceção constitucional por causa da catástrofe natural. Cerca de 2,4 mil soldados realizam a proteção do local.


O incomum temporal começou na madrugada de terça-feira e provocou inundações em várias localidades, uma consequência da cheia de rios que permaneceram secos por anos. O volume de chuvas é pelo menos 10 vezes superior ao normal para a região. A última vez que enchentes semelhantes aconteceram foi em 1997.


Previsão “difícil”

A presidente Michelle Bachelet, que viajou na quarta-feira à noite para a região com o objetivo de coordenar as tarefas de emergência, visitou na tarde de ontem a zona de Chañaral, uma das mais afetadas. Ela afirmou que a previsão de chuvas nesta região é uma tarefa “muito difícil” para os serviços de meteorologia.


As autoridades emitiram um alerta sanitário nas comunidades de Tierra Amarilla, Diego de Almagro e Alto del Carmen, as mais atingidas pelo fenômeno e onde as ruas se transformaram em rios. Centenas de pessoas tiveram de subir nos telhados das casas ou em árvores para escapar da correnteza. Cerca de 15 helicópteros circulam na área para realizar evacuações de emergência.


Os bombeiros recomendaram à população que procurassem zonas de altitude elevada para se proteger. Diversas estradas da região foram interditadas. As aulas foram suspensas nas escolas, que estão recebendo os desabrigados. Milhares de habitantes estão sem água e eletricidade.