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NOTÍCIA

Governo realizará audiências públicas nos municípios que mais desmataram

Entre junho e julho, Colniza, Juara, Feliz Natal e São Félix do Araguaia receberão a comitiva do Estado para tratar de queimadas e incêndios florestais

Data: Quinta-feira, 07/05/2015 00:00
Fonte: Da Assessoria
Os quatro municípios na região Amazônica que estão no topo da lista de desmatamento ilegal em Mato Grosso receberão audiências públicas entre junho e início de julho, para tratar de prevenção e combate às queimadas. O primeiro a receber o evento, Colniza (1.114 km ao norte de Cuiabá), desmatou uma área de 14,5 mil hectares no ano passado e está em primeiro colocado no ranking do desmatamento, medida pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes). Também apresentou 7,5 mil focos de calor entre janeiro de dezembro, o segundo no ranking de queimadas. Juara, Feliz Natal e São Felix do Araguaia também receberão uma comitiva do Governo do Estado. 
 
 
Conforme a secretária de Estado de Meio Ambiente, Ana Luiza Peterlini, que esteve reunida com representantes de várias instituições que integram o Comitê do Fogo na manhã desta quarta-feira (06.05), a situação de Colniza requer presença ‘forte’ do Estado, tendo em vista que o município apresentou o dobro de área desmatada em relação a Nova Bandeirantes, que foi o segundo município no ranking, com 7 mil hectares derrubados. “Nós precisamos ir até a localidade dizer que estamos enxergando o que está acontecendo, e a ação precisa ser conjunta, coordenada e eficiente entre todos os parceiros porque se houve aumento do desmatamento isso indica que haverá maior incidência de fogo este ano”. 
 
 
Paralela a esta ação, a partir da próxima semana, o tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Paulo da Silva Barroso, informou que visitará 23 municípios prioritários na lista de queimadas para iniciar os treinamentos de brigadistas que forem solicitados pelas prefeituras. Já o secretário executivo do Comitê do Fogo, tenente coronel Hector Péricles, está organizando seminários em outras localidades para conscientização da população sobre os danos do uso do fogo, que compreendem empobrecimento do solo, perdas em vegetação, animais silvestres e principalmente prejuízos incalculáveis à saúde humana. “As queimadas representam um problema para a sociedade, porque o ar que respiramos é o mesmo”, avalia Péricles. Barroso é mais incisivo: “O conceito transformar requer chamar o cidadão para a responsabilidade, o Estado não dá conta sozinho”. 
 
 
Também participaram da reunião os juízes Alexandre Corbelino e Rodrigo Curvo, do Juizado Volante Ambiental (Juvam), o superintendente da Defesa Civil, Abadio José da Cunha Júnior, além de representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), do Ministério Público do Estado (MPE), da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Regularização Fundiária (Sedraf) e das superintendências de Fiscalização e Educação Ambiental da Sema. O setor produtivo já colocou os 78 sindicatos rurais à disposição para as ações que precisarem ser realizadas. 
 
 
Brigadistas 
Três municípios da região Amazônica entre os 10 mais críticos para ocorrências de queimadas também receberão curso para capacitação de 75 brigadistas este mês: Nova Ubiratã, cidade que no ano passado registrou 6.137 focos de calor segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o 4º maior do Estado; Colniza, a 2ª maior colocada, e Aripuanã, que registrou 2.402 focos de calor, mas também receberá atenção especial por abrigar uma importante unidade de conservação estadual, a Reserva Extrativista Guariba Roosevelt. O principal objetivo desse treinamento é garantir atendimento às principais unidades de conservação que integram o Fundo Amazônia, que são: Parque Estadual Igarapés do Juruena, Estação Ecológica do Rio Roosevelt, Parque Estadual do Tucumã e Estação Ecológica do Rio Madeirinha (todas essas dentro da área de Colniza); e Estação Ecológica Rio Ronuro (área de Nova Ubiratã). Além da Reserva Roosevelt. 
 
 
Desmatamento 
Sema fez uma parceria de trabalho com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para conter o desmatamento ilegal. Uma das primeiras ações conjuntas resultou na operação Apoena, na última semana do mês de março, na região de Sinop. Outra operação conjunta entre Sema e Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental embargou no início de abril 6 mil hectares em 38 propriedades rurais, em Sinop, Itaúba, Colíder, Gaúcha do Norte, Nova Canaã do Norte e Cláudia. Na segunda quinzena do mês, as equipes se deslocaram para a região São José do Rio Claro, Campo Novo do Parecis, Nova Maringá e Nova Mutum. Até o momento, foram aplicadas R$ 7,2 milhões em multas.