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NOTÍCIA

PF desmonta quadrilha que produzia drogas em laboratórios ilegais

A quantidade de comprimidos de rebite apreendidos bateu o recorde da PF. Drogas eram vendidas clandestinamente em farmácias de seis estados e DF

Data: Quinta-feira, 27/08/2015 00:00
Fonte: Jornal Hoje

A Polícia Federal desmontou, nesta quinta-feira (27), uma quadrilha de classe média alta, que produzia drogas como rebite, cocaína e lança-perfume em laboratórios ilegais de Goiás. A quantidade de comprimidos de rebite apreendidos bateu o recorde da PF no ano.

 

As drogas eram vendidas clandestinamente em farmácias de seis estados e do Distrito Federal. Segundo a investigação da operação Quinto Elemento, só um dos laboratórios piratas movimentou R$ 240 milhões em oito meses.

 

As equipes chegaram cedo em um sobrado em Goiânia. Depois de uma hora, os policiais saíram com uma pasta cheia de documentos e prenderam quatro pessoas, que foram levadas para a superintendência da Polícia Federal.

 

Os agentes também apreenderam cheques no total de R$ 1 milhão. O dinheiro de um dos integrantes da quadrilha foi usado para comprar uma casa, segundo a investigação. Uma carreta usada pelo bando também foi apreendida.

 

Para despistar a fiscalização, o bando usava empresas legalizadas para comprar os produtos químicos e a droga era processada em laboratórios clandestinos. Essas empresas também vendiam produtos normais, só que em quantidade bem inferior à quantia de matéria prima comprada. Foi isso que despertou a suspeita da Polícia Federal.

 

Quatrocentos policiais federais em todo país foram mobilizados para cumprir 38 mandados de prisão e 55 de busca e apreensão. Quarenta pessoas foram levadas para prestar depoimento. Com autorização da Justiça, a operação Quinto Elemento também bloqueou 12 imóveis.

 

Os policiais apreenderam mais de 1,4 milhão de compridos de uma droga chamada "ecstasy do Paraguai", também conhecida como rebite. Foi a maior apreensão do ano desse tipo de droga no país feita pela Polícia Federal. E isso só em dois dos nove laboratórios fechados na operação. Eles também eram usados para fabricar cocaína e lança-perfume.

 

As drogas eram vendidas clandestinamente dentro de farmácias espalhadas pelo país. De acordo com a polícia, havia pontos de vendas em Goiás, Tocantins, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.

 

"Nós estamos diante de um novo perfil de criminosos, na medida em que as pessoas envolvidas diretamente com o tráfico de drogas participam da classe média, da classe alta, são empresários, donos de estabelecimentos comerciais supostamente legalizados", explica Umberto Ramos, superintendente da Polícia Federal.

 

Os policiais passaram a manhã em uma farmácia na periferia de Goiânia. Nos fundos, funcionava um laboratório de fabricação de drogas sintéticas. Os policiais retiraram várias caixas do local, até para tentar identificar impressão digital.  O dono não foi encontrado.