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NOTÍCIA

Tumultos e violência marcam o fim do Cordão da Bola Preta

Data: Sábado, 06/02/2016 00:00
Fonte: Jornal do Brasil

O desfile do Cordão da Bola Preta, o maior bloco de rua do Rio de Janeiro, ocorria tranquilamente na manhã deste sábado (6) até começar a ser interrompido seguidamente por brigas e tumultos durante o início da tarde. Em uma tentativa de assalto, uma pessoa ficou ferida. 

 

Várias pessoas, entre elas turistas, reclamaram de assaltos e furtos. Ações da Guarda Municipal conseguiram deter alguns suspeitos no próprio local. 

 

O presidente do Bola Preta, Pedro Ernesto Marinho, se manifestou, inconformado com os focos de violência, e ameaçou suspender o bloco. "Estamos sendo vítimas de meliantes", afirmou.

 

Homem é detido por policiais durante o desfile do Cordão da Bola Preta
Homem é detido por policiais durante o desfile do Cordão da Bola Preta

 

Bloco leva mais de 1 milhão ao Centro do Rio

Apesar de toda a confusão, o Cordão da Bola Preta fez a festa dos foliões no Centro do Rio, na manhã de hoje. Milhares de pessoas ocuparam as vias na imediações da Rua Primeiro de Março, esquina com Rua da Assembleia, onde o desfile acontece. O bloco, considerado o maior do carnaval do Rio, arrastou mais de 1 milhão às ruas ao som de marchinhas e com samba no pé.

 

A contadora Norma Lúcia chegou cedo, com o tradicional vestidinho branco com bolas pretas. "Vinha quando era pequena e depois tive filhos e parei de vir. Mas há dez anos voltei a vir todos os anos. Daqui a pouco, minha filha chega com as colegas,” comentou. “É muita tradição carnaval antigo, encontro dos amigos”.

 

A comerciária Berenice Mendes saiu de Vitória especialmente para curtir a Bola Preta. “Amo isso aqui de paixão. Minha mãe me trazia quando eu era criança e fui gostando. Carnaval está no sangue. Antigamente era menos violento, mas tomando cuidado, ficando pelos cantos, dá tudo certo”, contou.

 

Alguns incidentes marcaram a festa, como roubos de celulares e corre-corre decorrentes de furtos.

 
 
 

Mudança de lugar

Este foi o segundo ano que o bloco desfilou na Avenida 1ª de Março, depois de 96 anos consecutivos desfilando na Avenida Rio Branco, que está em obras. O presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho, lembra que a mudança causou apreensão, mas que o sucesso do ano passado provou que o local foi aprovado pelos foliões. “A Rio Branco ficou no passado e aqui será o carnaval, pois o povo aprovou e o importante é a alegria do povo”, acrescentou.

 

A novidade deste ano foi a estreia da cantora de funk Ludmilla como rainha do bloco. Para Marinho, a participação de celebridades como ela representa renovação do bloco. “A ideia é não ficar parado, crescer e evoluir, pois queremos que o Bola Preta dure a vida toda”, completou.

 

O trio de odaliscas veio de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, pela primeira, vez atraído pela funkeira. “Sempre nos fantasiamos, mas essa é a primeira vez aqui. Gostamos das músicas dela e não podíamos perder a oportunidade de vê-la de perto e de graça”, comentou um dos jovens fantasiado de odalisca Robson Andrade.

 

O bloco também contou com a presença do rei das marchinhas João Roberto Kelly, da cantora Maria Rita, madrinha do bloco, e das porta-estandartes Leandra Leal e Selminha Sorriso.

 

Fundado em 1918, o Cordão da Bola Preta é tombado pelo Patrimônio Cultural Carioca por ser um dos mais antigos blocos do carnaval do país e o último remanescente dos antigos cordões carnavalescos do início do século 20. O nome foi dado por um dos criadores do bloco Álvaro Gomes de Oliveira ou Caveirinha, após se encantar com uma moça de vestido branco com bolas pretas.

 

Com Agência Brasil