Editorial - 21/08/2020 21:53

Trajetórias que se encontram e evoluem com Aripuanã

Dentro do Projeto Aripuanã é possível encontrar muitas histórias parecidas, mas nunca idênticas. É o caso de Jefferson Santana, Eliel Carvalho e Flávio Martins, que vieram de outros estados em busca de mais oportunidades e hoje trabalham garantindo a segurança dos colaboradores do Projeto Aripuanã, da Nexa.

Segurança acima de tudo

Jefferson Santana de Souza se formou em Administração, é Técnico em Segurança do Trabalho e agora estuda Engenharia Elétrica.

A rotina do técnico de Segurança do Trabalho Jefferson Santana consiste em buscar soluções para tornar mais seguro o trabalho dos colaboradores da Nexa, em Aripuanã. Entre inspeções e verificações de EPIs, o que Jefferson mais gosta é de trocar ideias com os colegas que atuam diretamente na operação do Projeto Aripuanã e, assim, colaborar para a saúde e bem-estar de todos.

Mas nem sempre foi assim. Natural de Cerejeira, em Rondônia, Jefferson se mudou para Aripuanã há 11 anos com a família em busca de mais oportunidades. Depois de passar um tempo na zona rural do município, onde atuou com agricultura e criação de gado, passou a ajudar a equipe de segurança em uma madeireira, o que lhe mostrou a importância da profissão e o direcionou nesse caminho. A experiência, conta Jefferson, foi decisiva:

“Presenciei um óbito devido a um acidente de trabalho, o que me marcou muito. Vi ali que queria dar o meu melhor para garantir que as pessoas voltassem para casa bem e com segurança”.

Mesmo antes de concluir sua formação técnica na área de Segurança do Trabalho, Jefferson ouvia falar que a Nexa se instalaria no município e desde essa época começou a almejar uma vaga na empresa. Hoje, ele completa sete meses no Projeto Aripuanã e participa da implantação do principal empreendimento da Nexa no Brasil.

Além da vocação, Jefferson encontrou na profissão a porta de entrada para conquistar seu maior sonho: o ensino superior. Após o trabalho, à noite, é hora de estudar Administração e, em setembro deste ano, Jefferson conquistará o tão esperado diploma. Ele viu na área a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em segurança do trabalho. Nessa caminhada, o curso de Assistente de Recursos Humanos, oferecido pela Nexa em parceria com o Senai-MT, foi essencial para obter as horas complementares exigidas e ainda ajudar no dia a dia da rotina de trabalho.

Mas Jefferson é daqueles que gostam de dobrar a meta: com o curso de Administração chegando ao fim, ele já começou uma segunda graduação, agora em Engenharia Elétrica. Mais uma vez, a escolha do curso foi movida pela vontade de saber mais sobre segurança, tema que para Jefferson vai muito além da profissão, mas que se transforma em uma missão. “É uma função que me identifico e amo o que faço. O que mais me cativa é o fato de você trabalhar em prol de salvar vidas”.

Aprendendo sempre

Todos os dias, Flávio Martins percorre a mina do Projeto Aripuanã avaliando a estrutura de contenção instalada para garantir a estabilidade das rochas, que podem chegar a toneladas, no interior da mina. Essa avaliação é feita por meio de amostras de rochas locais e observações de campo com o auxílio de instrumentos específicos. A partir desse estudo, a equipe de geomecânica, da qual Flávio atua como auxiliar, determina quais serão os próximos passos para garantir a segurança dos colaboradores que trabalham ali.

A geomecânica é uma área técnica que compreende estudos sobre como as rochas se comportam a partir de uma escavação. Ela é fundamental na implantação de minas subterrâneas e Flávio, que apoia diretamente no controle de qualidade em relação a segurança das estruturas, entende bem essa responsabilidade: “É um trabalho muito técnico e exige muita responsabilidade das pessoas envolvidas, pois estamos trabalhando com pessoas, pais de famílias. São vidas que estão ali presentes e não podemos errar”.

Estudar é também prioridade para Flavio Martins, que almeja crescer  com o Projeto Aripuanã

Hoje, Flávio explica com tranquilidade sobre estudo de rochas e minas, algo que nunca imaginara trabalhar na vida. Ele percorreu um longo caminho até se encontrar na mineração. De Cacoal, Rondônia, chegou em Aripuanã com os pais em 2004. Tinha apenas 17 anos de idade quando começou a trabalhar com a agricultura, pecuária e, mais tarde, como motorista de caminhão.

Foi nessa época que surgiu a oportunidade de trabalhar na área de meio ambiente pela WCA, empresa terceirizada. Atuou na prospecção arqueológica no começo do Projeto Aripuanã. Durante a prospecção arqueológica são realizadas pesquisas no solo em busca de artefatos indígenas ou de outras civilizações antigas, para que possam ser preservadas antes do início da implementação de qualquer atividade.

 Flávio Martins percorreu um longo caminho, se dedicou aos estudos e hoje  realiza o sonho de ser um trabalhador da Nexa

De artefatos arqueológicos para analisar rochas foi um pulo. Além disso, Flávio conta com a curiosidade para aprender mais, o que resultou na opção de fazer um curso técnico em mineração em busca de qualificação profissional. “A cada dia aparece algo diferente para a gente aprender. A mineração é um leque muito grande de aprendizado e oportunidades, o que nos faz sempre buscar pelo conhecimento”.

Outra fonte de motivação é a família. Em casa, tanto Flávio enquanto a esposa buscam apoiar as decisões um do outro, além do incentivo para perseguir seus objetivos. O casal, que já tem uma menina, aguarda para setembro a chegada da sua segunda filha. Flávio acredita que tem grandes sonhos. “Na verdade”, corrige-se, “não são sonhos, são objetivos”. O maior de todos, destaca, é a sua felicidade e a da sua família.

Cuidado com os outros

Cuidar da filha de cinco anos faz parte da rotina de Eliel Carvalho, que se divide entre a vida doméstica e o trabalho como técnico de segurança do trabalho na Nexa, onde trabalha há um ano. Todos os dias, Eliel ajuda a filha a fazer os deveres da escola e juntas escolhem o que assistir na televisão. Quando o pai precisa cuidar da casa enquanto a mãe, Ângela, trabalha fora, a pequena Isadora vê nas tarefas domésticas dele também a chance de brincar.

O cuidado com o outro não está só presente na vida pessoal, mas também na profissão de Eliel. Na verdade, essa foi uma das primeiras coisas que lhe chamou a atenção para a profissão de técnico de segurança do trabalho. “Trabalhei em uma empresa onde observei o cuidado que um profissional tinha com as pessoas. Ele já era um senhor de idade e demonstrava cuidado ativo, orientando e cobrando pela segurança de uma forma diferenciada. E esse cuidado com as pessoas que ele tinha me chamou muito a atenção”.

Hoje, Eliel percorre a mina do Projeto Aripuanã conferindo as condições do ambiente de trabalho, examinando os níveis de ruídos, calor, ventilação, iluminação e concentração de gases, além de avaliar, junto a uma equipe multidisciplinar, se há blocos de rochas com risco de queda.  Simulados e diálogos de segurança também fazem parte da sua rotina.

Assim como Jefferson e Flávio, Eliel veio de outro estado em busca de oportunidade. Quando tinha 8 anos de idade, saiu de Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, pois o pai havia recebido uma proposta de trabalho em Aripuanã.

Depois de passar por vários tipos de trabalho, a admiração que sentia pela área da segurança se transformou em oportunidade quando Eliel pôde fazer o curso técnico em segurança do trabalho, há dez anos. Em 2015, foi trabalhar na WCA, empresa parceira da Nexa, antes de fazer, enfim, a transição para a mineradora. Além da importância da segurança do trabalho, Eliel enxerga na área da mineração oportunidade de crescimento profissional aliado a possibilidade de estar perto da família. Para o futuro, Eliel sonha em terminar a graduação em engenharia florestal e aumentar a família.

“Poucos têm essa oportunidade de trabalhar na mineração aqui no Mato Grosso, dentro de casa praticamente. Eu moro aqui há 26 anos e tenho a chance de começar na cidade onde eu resido. Nós, de Aripuanã, somos privilegiados em relação a isso”, assegura.

Coincidentemente, o município de Aripuanã foi scolhido por Jefferson, Flávio, Eliel e seus familiares como local de oportunidades. Hoje eles fazem parte de uma única história: a da implantação do principal empreendimento mineral do Estado do Mato Grosso.