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NOTÍCIA

Polícia apura se atirador e candidato brigaram antes de atentado, em Goiás

No tiroteio, criminoso, político e um policial militar morreram, em Itumbiara. Vice-governador e advogado da prefeitura foram baleados, mas sobreviveram.

Data: Sexta-feira, 30/09/2016 00:00
Fonte: Do G1 GO
 
 

A Polícia Civil está investigando se o servidor municipal Gilberto Ferreira, identificado como o atirador que matou o candidato a prefeito de Itumbiara, Zé Gomes (PTB), durante uma carreata política, discutiu com o político antes do atentado. Durante o crime, um PM morreu e o vice-governador de Goiás José Eliton (PSDB) e um advogado da prefeitura ficaram feridos. 

 

“Inicialmente nós temos que identificar se essa briga realmente aconteceu. À medida que isso se identificar, ela pode sim ter sido a causa, o motivo para que possa ter acontecido [o atentado]. Mas é importante dizer que nós ainda temos que proceder se essa briga realmente aconteceu ou não”, disse o delegado da Superintendência da Polícia Judiciária e porta-voz da operação, Gustavo Carlos Ferreira.

 

Uma força tarefa composta por 13 delegados e mais de 50 agentes e escrivães estão em Itumbiara para investigar o caso. Segundo a Polícia Civil, nenhuma liga de investigação pode ser descartada no momento.

 

Para o delegado, houve um planejamento mínimo do criminoso para o atentado. “O mínimo de preparo aconteceu. Nas imagens, ele estacionou o carro aguardando a carreata vir. Ele ficou esperando 10 minutos. E esse planejamento indica que ele sabia as consequências que ele poderia ter”, disse Ferreira.

 

Por fim, ele destacou que o atirador agiu sozinho e agiu de maneira impulsiva. “Isso indica que ele pode até ter planejado, mas alguma coisa dentro dele o motivou mais que a própria razão. Se não, ele poderia ter esperado um outro momento para cometer o crime”, completou.

 

José Eliton e o advogado Célio Rezende deixaram a UTI do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) nesta sexta-feira (30), mas seguem internados.

 

Tiroteio em Itumbiara matou candidato a prefeito Zé Gomes e feriu vice-governador José Eliton, em Goiás (Foto: Divulgação/Jota Eurípides)
Tiroteio matou candidato a prefeito Zé Gomes e feriu vice-governador (Foto: Divulgação/Jota Eurípides)
 

Tiroteio
Todo atentado durou cerca de dez segundos. Imagens de uma câmera de segurança registraram a ação, desde o momento em que o criminoso se aproxima e começa a atirar até o momento em que é morto por seguranças (veja vídeo). As investigações mostram que Gilberto atirou 13 vezes contra a carreata. Desses, sete atingiram a caminhonete onde estavam os políticos, dois acertaram o PM Vanilson João Pereira, um o candidato a prefeito Zé Gomes e outro o vice-governador.

 

Segundo o porta-voz da operação, o atirador não tinha qualquer treinamento técnico de tiro. “Pela dinâmica do crime, ele efetuou os disparos a uma curta distância e havia um aglomerado muito grande de pessoas, o que potencializou a sua ação”, disse Ferreira.

 

Atentado político
Apesar de a motivação do crime não estar totalmente identificada, o secretário de Segurança Pública em exercício de Goiás, coronel Edson Costa, afirma que o atentado foi político. Segundo ele, “independente da motivação, essa definição não vai mudar”.

 

Ainda conforme o secretário, o tiroteio atentou contra direitos políticos. “A configuração e características do delito foram a perpetração contra direitos políticos e o processo eleitoral. Foi um ato contra a soberania, contra o estado de direito e ao direito político. O atirador descarregou a arma e tinha um carregador sobressalente. Se não fosse a ação pronta do cabo Vanilson e outros seguranças, a situação poderia ter sido pior”, disse.