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NOTÍCIA

Um ano após chacina que deixou 9 mortos em Colniza (MT), acusado de ser o mandante não está preso

Valdelir João de Souza, empresário do setor madeireiro, está com a prisão decretada desde maio do ano passado e está foragido. Ele é acusado de contratar homens para torturar e matar vítimas, no dia 19 de abril de 2017.

Data: Quinta-feira, 19/04/2018 20:34
Fonte: G1 MT
 
Corpos das vítimas froam velados juntos, em Taquaruçu do Norte (Foto: Comissão Pastoral da Terra)

Corpos das vítimas froam velados juntos, em Taquaruçu do Norte (Foto: Comissão Pastoral da Terra)

 

Há exatamente um ano, nove pessoas foram brutalmente torturadas e assassinadas no Distrito de Taquaruçu do Norte, em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá.

O crime ganhou repercussão e ficou conhecido como a "Chacina de Colniza", mas, apesar da comoção causada e das ações das autoridades para desvendar o crime e aumentar a segurança na região à época, o empresário acusado de ser o mandante do massacre ainda não foi preso.

Empresário do ramo madeireiro, Valdelir João de Souza, o Polaco Marceneiro, como é mais conhecido, está com a prisão decretada desde maio do ano passado. A defesa dele disse que ele não se entregou até hoje por considerar sua prisão "totalmente desproporcional e injusta".

A conclusão do Ministério Público Estadual (MPE) é de que ele mandou matar os moradores da região porque estava interessado na exploração ilegal de madeira na região. 

Foram mortos:

  • Izaul Brito dos Santos, de 50 anos
  • Ezequias Santos de Oliveira, 26 anos
  • Samuel Antônio da Cunha, 23 anos
  • Francisco Chaves da Silva, 56 anos
  • Aldo Aparecido Carlini, de 50 anos
  • Edson Alves Antunes, 32 anos
  • Valmir Rangeu do Nascimento, 55 anos
  • Fábio Rodrigues dos Santos, de 37 anos
  • Sebastião Ferreira de Souza, de 57 anos

Para o crime, ele teria contratado quatro pessoas. São eles: o ex-sargento da Polícia Militar de Rondônia Moisés Ferreira de Souza, Ronaldo Dalmoneck, Pedro Ramos Nogueira e Paulo Neves Nogueira. Os dois últimos, tio e sobrinho. Dois acusados da execução estão presos.

De acordo com o MPE, no dia da chacina, Pedro, Paulo, Ronaldo e Moisés, a mando do empresário, teriam seguido até a Linha 15 e, com o uso de armas de fogo e arma branca, assassinaram as vítimas, com requintes de crueldade, aqueles que encontraram pelo caminho, sem dar chance de fuga ou defesa. Os autores foram reconhecidos pelas testemunhas.

 

Conforme o advogado Léo Antônio Fachin, que defende o acusado de ser o mandante, disse que as provas juntadas ao processo não comprovam que ele mandou assassinar as vítimas. "Valdelir não tinha absolutamente nenhuma desavença ou conflito com as vítimas e/ou com os demais membros da comunidade de Taquaruçú. Portanto não teria Valdelir nenhum motivo p mandar agredir é muito menos matar tais pessoas", alegou.

 
Crime ocorreu em gleba no dia 19 de abril de 2017 (Foto: Reprodução/TVCA)

Crime ocorreu em gleba no dia 19 de abril de 2017 (Foto: Reprodução/TVCA)