“Não sei para onde vou e nem o que vai acontecer”. A afirmação faz parte da resposta dada a imprensa juinense, no final da tarde desta quinta-feira, 27, pelo advogado Antônio Valdenir Caliare, a propósito do mandado de prisão enviado pela Polícia Federal à Polícia Judiciária Civil, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele foi um dos presos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília, passando alguns dias detido no Complexo Penitenciário da Papuda e posteriormente recebendo o benefício da prisão domiciliar, com medidas cautelares, tendo a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica.
No despacho relativo à prisão desta quinta-feira, o ministro do STF se baseia em relatório da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso, segundo o qual o advogado juinense teria descumprido as medidas cautelares por 102 vezes no período de três meses.
Em sua defesa, já protocolada em Brasília, o Dr. Hélio Garcia Júnior, argumenta que o acusado “sempre cumpriu rigorosamente todas as medidas cautelares impostas pela justiça, agindo de boa-fé e com total transparência”. As citadas infrações teriam relação com as limitações de infraestrutura de telecomunicações de Juína, que teriam impactado diretamente no funcionamento adequado do dispositivo de monitoramento eletrônico.
No documento entregue na capital federal, Dr. Júnior destaca esperar que o STF reavalie as provas e os fatos apresentados, de modo a assegurar que a Justiça seja feita com base em elementos concretos e não no que eles definem como “suposições ou interpretações equivocadas”.
Em áudio comentando sua prisão, o Dr. Caliare, conhecido como “O Patriota”, observa que, se deve, tem que pagar, como é próprio de um cidadão de bem. Lembra, contudo, que a atual acusação – sobre ele pesam dois outros crimes, com penas que totalizam três anos e meio – não procede, pois está havendo falha no sinal de GPS que utiliza por ordem da Justiça. “Não é responsabilidade minha”, afirmou.
Caliare está custodiado na sede da 14ª CIBM em Juína, sob responsabilidade do sistema prisional.