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Julgamento dos réus por chacina em garimpo de Aripuanã começa nesta segunda-feira

Data: Segunda-feira, 13/10/2025 18:19
Fonte: TOP NEWS com Assessoria
Eles respondem pelos crimes de sequestro e homicídio mediante recompensa, com emprego de meio cruel e emboscada.

Começou nesta segunda-feira (13 de outubro), no Fórum de Aripuanã, o julgamento dos réus Jacó Nascimento de Melo e Jânio Domingos de Brito, acusados de envolvimento em uma das chacinas mais brutais já registradas na região noroeste de Mato Grosso.

Eles respondem pelos crimes de sequestro e homicídio mediante recompensa, com emprego de meio cruel e emboscada, que vitimaram Elzilene Tavares Viana (conhecida como Babalu, 31 anos), seu marido Leôncio José Gomes (Malhado, 40), o filho de Elzilene, Luiz Felipe Viana Antônio da Silva (19), e Jonas Santos (25). As mortes ocorreram em 21 de novembro de 2020, supostamente motivadas por uma disputa por áreas de garimpo em Aripuanã.

Além desses crimes, Jacó Nascimento de Melo também responde por estupro, ocorrido no município de Juína, após o crime principal. Este processo, no entanto, foi desmembrado e será julgado separadamente.

🔹 Julgamento

A sessão do Tribunal do Júri é presidida pela juíza Rafaella Karla de Oliveira Barbosa, responsável por conduzir o julgamento dos crimes de sequestro e homicídio.
O Ministério Público é representado pelo promotor de justiça William Johnny Chae.
A defesa de Jânio Domingos de Brito é feita pelos advogados Saulo Silva Espírito Santo e Dayane Cristina Gonçalves de Oliveira Vilela, enquanto Jacó Nascimento é representado pela defensora pública Ana Cristina Malta Diniz.

Os réus, que estavam presos em outros estados, foram trazidos a Mato Grosso para acompanhar o julgamento presencialmente. Jacó foi transferido de São Paulo, enquanto Jânio estava detido em Goiás.

Durante a sessão, serão ouvidas quatro testemunhas do Ministério Público e quatro arroladas pela defesa.

🔹 O caso

De acordo com a denúncia, Jacó e Jânio, junto com Josué do Nascimento Melo e Gedeon Ribeiro Menezes, foram contratados por Leandro Ribeiro Mendes para executar o casal Elzilene e Leôncio, com quem mantinha uma disputa por áreas de exploração de garimpo na Serra de Aripuanã.

As vítimas foram rendidas na estrada de acesso ao garimpo, sob o falso pretexto de que os acusados seriam policiais que as levariam à delegacia. Algemados, Elzilene, Leôncio, Luiz Felipe e Jonas foram levados até uma área isolada, onde foram executados com diversos disparos de arma de fogo. Apenas Laurilene Vieira Viana, esposa de Jonas, sobreviveu — ela estava grávida à época e relatou todos os detalhes do crime à polícia.

Após as execuções, os criminosos fugiram e incendiaram a caminhonete das vítimas, uma S10 branca, na tentativa de eliminar provas.

🔹 Estupro e fuga

Segundo o Ministério Público, durante a fuga, Jacó teria mantido Laurilene como refém e, já em Juína, a estuprou sob ameaças. O acusado ainda reteve os documentos e o celular da vítima antes de liberá-la, já em um hotel da cidade.

🔹 Mortes dos demais envolvidos

O suposto mandante, Leandro Ribeiro Mendes, foi assassinado em setembro de 2023.
Gedeon Ribeiro Menezes foi morto em fevereiro de 2022, e Josué do Nascimento Melo, no Pará, em 2021.

⚖️ O que está em jogo

Com o julgamento dos dois sobreviventes do grupo de executores, o Tribunal do Júri de Aripuanã deverá encerrar um dos capítulos mais violentos da história recente do município, um caso que chocou a região pela frieza da execução e pelo envolvimento direto com disputas de poder e garimpo ilegal.

O resultado do julgamento deve ser divulgado ao final da sessão, que pode se estender até a noite desta segunda-feira.