Um vídeo gravado com uma sequência de ataques de piranhas deixou vários banhistas feridos nos últimos dias no Balneário Oásis, um dos principais pontos turísticos e de lazer de Aripuanã. O caso tem gerado preocupação entre frequentadores, autoridades e a administração do espaço, já que, segundo relatos, esse tipo de ocorrência não era comum no local.
De acordo com o empresário Maurício, responsável pelo balneário, aproximadamente 20 pessoas foram atacadas desde o último fim de semana. “Nunca tivemos registros desse tipo aqui. Do final de semana para cá, foram cerca de 20 casos, e ainda não sabemos explicar exatamente o motivo desses ataques”, afirmou.
Um dos banhistas ouvidos relatou momentos de tensão após ser mordido enquanto estava em uma área rasa do balneário. “Eu estava com amigos e entrei na água por volta das 16h. A água estava abaixo do joelho quando senti uma dor muito forte no dedo do pé esquerdo. Quando levantei o pé, vi uma piranha, que logo voltou para a água. Meu pé sangrou bastante, arrancou um pedaço da pele. Precisei ir ao hospital”, contou.
Na última terça-feira (16), pelo menos cinco adultos ficaram feridos após novos ataques enquanto se banhavam na cachoeira. Segundo a administração do Balneário Oásis, todas as vítimas são moradores de Aripuanã. Um dos casos foi considerado mais grave, envolvendo uma mordida no dedão do pé, com a vítima encaminhada ao Hospital Municipal Santo Antônio. As demais pessoas buscaram atendimento por meios próprios.
Especialistas apontam possível causa ambiental
O biólogo, zoólogo e perito ambiental Thiago Paiva explicou que, após monitoramentos realizados no Rio Aripuanã entre 2013 e 2025, foi identificado um aumento populacional das espécies Serrasalmus spilopleura e Serrasalmus rhombeus. Segundo ele, a presença dessas espécies em áreas acima das cachoeiras é considerada incomum e pode estar relacionada à introdução humana.
“Os ataques em áreas de lazer costumam ocorrer por instinto de defesa territorial e proteção de ninhos, um comportamento natural dessas espécies, que se intensifica em períodos de reprodução e com as águas mais quentes”, destacou o especialista.
Medidas preventivas e possibilidade de restrição
O secretário municipal de Meio Ambiente, João Reghin, informou que o município já estuda medidas de manejo e controle ambiental para reduzir os riscos aos banhistas. Ele não descartou a possibilidade de proibição temporária do acesso ao local, caso os ataques continuem.
A administração do Balneário Oásis também informou que placas informativas já estão sendo instaladas em toda a área, alertando sobre os riscos e orientando os visitantes.
Orientações aos banhistas
As autoridades reforçam algumas medidas de segurança, como não descartar alimentos na água, não limpar peixes no local, evitar áreas com vegetação aquática e reduzir movimentos bruscos dentro da água. Em caso de mordida, a recomendação é sair imediatamente da água, lavar o ferimento, estancar o sangramento e procurar atendimento médico com urgência.
Em situações de emergência, os contatos são o SAMU (192) e o Corpo de Bombeiros (193).
Enquanto as investigações e ações preventivas avançam, a orientação é que a população redobre a atenção e siga rigorosamente as recomendações de segurança ao frequentar áreas de banho no município.